Após um processo de dez anos, uma das pescarias mais importantes da Argentina obteve o cobiçado selo azul MSC.

Um caminho que levou uma década. E ao longo do caminho uma infinidade de acontecimentos. Todos eles hoje são anedotas. A pescaria costeira do camarão nas águas da província de Chubut obteve a certificação sob o padrão de pescarias sustentáveis do Marine Stewardship Council (MSC).

Quinta-feira, 20 de março de 2025, tornou-se uma data que ficará marcada na história da pesca de Chubut, já que é a primeira pescaria administrada por um Estado provincial argentino que obtém esta certificação.

E, claro, também ficará marcado na história do CeDePesca: conseguiu coroar pela primeira vez um de seus projetos de melhoria (PROMEs) com uma certificação MSC, a mais exigente do mundo.

Nessa data, a empresa certificadora OIA anunciou que o Período de Objeção para comentários sobre o Relatório Final Preliminar da pescaria havia sido encerrado sem novidades, e o Relatório Público de Certificação e o certificado correspondente foram submetidos ao MSC e já encontram disponíveis em seu site web.

Desde aquele primeiro passo no mês de setembro de 2015, quando o Projeto de Melhoria foi lançado, CeDePesca, juntamente com o Grupo Cliente (AchernarCabo Vírgenes, Consermar, Food Partners Patagonia, Grupo San Isidro, Grupo VerazGrupo ConarpesaIberconsa), protagonizaram uma longa jornada que atravessou, entre outros desafios, a pandemia do COVID e mudanças de governo a nível nacional e provincial.

O diretor executivo do CeDePesca, Ernesto Godelman, ressaltou que a notícia da certificação foi recebida com alegria e alívio pelas empresas “porque ao longo desses dez anos houve muitos momentos de dúvidas e incerteza devido ao tempo que demandou esse processo”.

“Para o CeDePesca, alcançar este objetivo gera uma enorme satisfação porque, ao longo desses dez anos, apesar das dificuldades, a confiança e o apoio foram mantidos, houve paciência e tudo isso valeu a pena”, acrescentou.

Enquanto isso, a vice-diretora executiva do CeDePesca, Gabriela McLean, não escondeu sua alegria com o anúncio: “Para o CeDePesca é uma grande satisfação ter acompanhado o processo de melhorias da pescaria de camarão costeiro argentino e testemunhar sua certificação.”

“A missão do CeDePesca é alcançar pescarias sustentáveis na América Latina e, nesse sentido, estou orgulhosa do trabalho realizado por nossa equipe e da nossa aliança com os sócios do grupo Cliente da certificação, que mantiveram durante uma década seu compromisso inabalável com este projeto de longo prazo.

Por fim, McLean refletiu: “No CeDePesca, esperamos que essa conquista sirva de incentivo e inspiração para outras pescarias na Argentina e na região que queiram trabalhar para alcançar sua sustentabilidade.”

Para reflexão sobre os Projetos de Melhoria

Por: Ernesto Godelman – Diretor Executivo do CeDePesca

Durante muitos anos, desde 2007, distintas organizações globais têm defendido que um projeto de melhoria (PROME ou FIP) não deve durar mais de 5 anos para demonstrar que não é “greenwashing”. CeDePesca sempre discordou dessa ideia e sustentou que o importante era mostrar por meio de evidências que um trabalho sério estava sendo realizado para atingir o objetivo. A certificação da pescaria de camarão de Chubut é a melhor demonstração de que tínhamos razão. Cinco anos é um prazo arbitrário e não se baseia na realidade complexa que deve ser abordada para atingir os requisitos da pesca sustentável em nossos países.

O importante, o valioso, é mostrar que se está trabalhando seriamente, mesmo que isso leve 5, 10 ou 15 anos.

Por favor, amigos da CASS, Fishery Progress, do MSC, de distintas organizações, tirem os cincos anos de suas cabeçãs e dos textos sobre projetos de melhorias!